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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O BRASIL JÁ É AMBIENTALMENTE CORRETO em termos de (MATRIZ ENERGÉTICA RENOVÁVEL)


A matriz energética mundial ainda é muito centrada em fontes fósseis, como petróleo, carvão e gás natural (Figura 2 - a direita). Estas fontes respondem por cerca de 80% do consumo mundial de energia.
O Brasil tem uma matriz muito mais sustentável, na qual cerca de 45% vem de fontes renováveis, como hidroelétrica e biomassa (Figura 1 - a esquerda).

COMENTÁRIOS DO PROF. OCTAVIO GOUVEIA

Como professor da Fundação Osório (representando-a na Escola Superior de Guerra - ESG) em três diferentes Cursos de Extensão nos quais apresentei Seminários sobre ENERGIAS RENOVÁVEIS e anteriormente como empregado da PETROBRAS (REDUC e CENPES) tive a oportunidade de aprender com grandes mestres (Cel. Nelsimar Moura Vandelli / Prof. José Walter Bautista Vidal / Deputado José Aldo Rebelo Figueiredo / Senador José Eduardo de Barros Dutra / Eng. Ozires Silva / Geólogo Guilherme Estrella) os ensinamentos que sintetizo a seguir:

1) Ao comparar o Brasil com as grandes economias mundiais (países com maiores PIBs) podemos afirmar:  nenhum outro País no mundo tem uma matriz energética tão limpa(renovável). Os combustíveis fósseis ambientalmente mais agressivos (geradores do efeito estufa),  somam 38,4% (Petróleo) + 6,4 % (carvão) + 9,3% (gás natural) num total de 54,1 % na matriz energética brasileira.
   No mundo estes valores somados totalizam (petróleo 35,3%) + (carvão 24,1%) + (gás natural 20,9%) = 80,3% na matriz energética mundial.

   Em resumo:

combustíveis fósseis (não renováveis e agravadores do efeito estufa):

BRASIL  =  54,1%                        MUNDO  =  80,3%

BIOMASSA 
Nosso grande potencial energético ! Somos o único País do mundo penta ! Cinco fatores nos colocam muma condição ímpar pra sermos os maiores produtores de biomassa (tipo de energia que substituirá o petróleo a partir da segunda metade deste século).
1.fator) Água potável em abundância
2.fator) sol intenso nas quatro estações do ano
3.fator) terras livres e férteis (80% do nosso solo ainda esta desocupado !)
4.fator) tecnologia própria (totalmente nacional)
5.fator ) Recursos humanos qualificados (em parte do próprio setor alcoleiro e em parte na PETROBRAS BIOCOMBUSTÌVEIS S.A., além dos técnicos da EMBRAPA) e infra-estrutura adequada e integrada (entre o setor canavieiro e a PETROBRAS que disponibiliza os seus dutos, tanques, navios-tanques, terminais de estocagem e refinarias para transferência e estocagem do ETANOL).

Deve-se aqui destacar que o ETANOL será daqui a duas décadas substituto do petróleo na petroquímica. A PETROQUÌMICA se transformará na ÀLCOOLQUÌMICA. Os plásticos e os derivados petroquímicos serão obtidos a partir do ETANOL.  Por isto, urge que o Brasil priorize não a exportação de ETANOL puro, mas sim de petroquíicos derivados do ETANOL.(gerando assim dez vezes mais valor agregado, riquesas e empregos aqui no nosso mercado interno). Não deveremos ser mais uma vez na história, exportadores de matéria-prima, como revela o programa de governo de uma candidata, que ao se dizer VERDE, esta na verdade priorizando interesses estrangeiros, ao propor que exportemos ETANOL puro !

Homenagem ao brasileiro criador do pró-alcool (meu ex-professor)
José Walter Bautista Vidal, (Salvador2 de dezembro de 1934 —Brasília1º de junho de 2013) foi um engenheiro e físico brasileiro, ex-professor da Universidade de Brasília que, juntamente com Urbano Ernesto Stumpf (1916-1998), foi o idealizador do motor a álcool e é considerado uma das maiores autoridades do país em produção de energia, responsável pela implantação de 30 instituições de pesquisas e centros tecnológicos, no Brasil . J. W. Bautista Vidal é autor de 12 livros, dentre eles se destacam: -De Estado Servil à Nação Soberana - Civilização Solitária dos Trópicos -Soberania e Dignidade, Raízes da Sobrevivência -O Esfacelamento da Nação -A Reconquista do Brasil. Esses quatro títulos são um depoimento sobre os acontecimentos do tempo em que fez parte do governo como principal mentor do Pró-Alcool. A leitura é obrigatória para quem quer entender mais sobre a economia Brasileira e o porquê de sermos tão tecnologicamente dependentes dos países não tropicais, mesmo sendo aqui o melhor lugar para se produzir combustíveis renováveis. Vidal também ocupou várias funções no governo federal. Ele foi secretário de Estado de Ciências e Tecnologia nos governos de Ernesto Geisel e de José Sarney

"Estamos vivendo dois colapsos: o colapso energético, dos combustíveis fósseis, que é uma era suicida. E o colapso ambiental, do efeito estufa, que eleva a temperatura da terra." Bautista Vidal 

2) A Biomassa representa 29,7% da nossa matriz energética (ETANOL e biodiesel). Atualmente só atingimos este expressivo patamar, em razão de uma conjugação de fatores históricos abaixo destacados.

 3) O setor privado produtor de álcool (indústria sucroalcoleira) brasileira é geradora de muitos empregos e bastante desenvolvida tecnologicamente. Destaca-se aqui o papel que a PETROBRAS teve e sempre terá na PARCERIA com este setor energético nacional. Refiro-me a infra-estrutura da PETROBRAS no setor de transferência e estocagem (Dutos, tanques, navios tanques e refinarias). Se este setor da PETROBRAS não trabalhasse em harmonia e PARCERIA com os produtores do ETANOL, não se conseguiria suprir e abastecer as diferentes regiões deste imenso Brasil.

4) Esta parceria acima foi inicialmente viabilizada e incentivada pelo governo do Presidente Figueiredo (último presidente militar). O Brasil vivia a crise de preços do petróleo nos anos 80. Se não fosse a visão nacionalista deste presidente, conjugado com o fato da PETROBRAS ser uma empresa pública (estatal), o governo federal não teria como incentivar e criar o pró-álcool. Vejam prezados leitores, a importância da PETROBRAS no sentido de ter viabilizado um projeto de PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA (PETROBRAS-USINEIROS) lá nos anos 80 ! Aquela parceria, que na prática perdura até hoje, permitiu ao Brasil ter a matriz energética limpa atual (devido ao programa do pró-álcool). Algo semelhante acontece hoje com o BIODIESEL.

HIDROELÉTRICA   

5) A grande quantidade de energia hidroelétrica é outra vantagem comparativa do Brasil frente as outras grandes nações no mundo. Apesar da atual,  injusta e maliciosa campanha da nossa grande imprensa ANTI-NACIONAL, contra a construção da usina de Belo Monte no Pará. A disponibilidade de ENERGIA ELÉTRICA no estado do Pará, irá num médio prazo, permitir que aquele estado e os estados nordestinos próximos, se capacitem a receber investimentos industriais permitindo seu desenvolvimento sócio-econômico. Poderemos ter no NORDESTE um pólo de desenvolvimento; que devido a maior proximidade com a Europa e os EUA, permitirá ao Brasil exportar manufaturados a preços mais competitivos para estes grandes mercados consumidores. (logística mais favorável em comparação com o sudeste).

outras vantagens da energia hidrelétrica


SOLAR e EÓLICA

carro movido a energia solar

  Serão acrescidas na matriz brasileira nos próximos anos, com enormes vantagens ambientais. Cumpre ressaltar que ambas são energias complementares. Não há como movimentar nosso enorme parque industrial com estes dois tipos de energia. Em outras palavras, estas energias não substituem as outras.

   Solar e eólica serão muito bem-vindas e deverão ser desenvolvidas, sempre dando prioridade ao desenvolvimento de tecnologias e empresas brasileiras nestes setores.

Universidade do Sol (Fundação Augusto Mazzon)

   Assim estaremos atingindo nossa independência energética, fato que nos colocará em vantagem comparativa com as maiores economias do mundo.

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Mente Colonial 

A idéia de conversar com vocês aqui é que se introduza na cultura brasileira, um conhecimento da nossa realidade, o que nós somos, qual é o nosso papel no mundo. Acho que todo mundo tem que se perguntar isso, qual é o meu papel no mundo? E as nações muito mais, e nós não estamos fazendo essa pergunta, temos que fazer essa pergunta. Aliás, [José] Ortega y Gasset, filósofo espanhol, definiu magistralmente o que é mente colonizada, que é aquela gente que ignora o espaço do país a que pertence e ignora os problemas do seu tempo.
Nós ignoramos o espaço, nós não sabemos que somos a grande potência energética do planeta, e os comportamos como se fossemos um país dependente, servil, assim não dá. Isso é uma questão cultural. Porque as universidades não estão jogando isso na cabeça dos jovens, para pelo menos debaterem, porque são um bando de covardes. E o pior, que eu por exemplo, digo isso por que sou professor, eu não me excluo não, também sou culpado, devia ter feito muito mais do que fiz.
A minha geração se entregou, e vocês vão pagar um preço descomunal. Quais são as alternativas que vocês têm no futuro de um Brasil dependente, servil, ignorando a sua verdadeira realidade? O de ser escravos ou canalhas. E os postos para o trabalho são poucos, veja que perspectiva terrível. Tem que sair dessa. Desativar esse processo. A juventude precisa se levantar, raciocinar, exigir de seus pais, de seus parentes. Esse acovardamento geral é um negócio doente, porque as pessoas não pensam, as pessoas não discutem, porque elas não assumem a realidade. Porque as universidades não fazem isso? É claro que grande partes dos professores das universidades, como eu, fomos fazer doutorado lá fora, e tivemos nossas cabeças feitas pelo processo colonial. A minha não.
A coisa mais terrível é a mente colonial, a mente colonial não assume a sua personalidade, não assume o que nós somos, nem identifica os problemas do nosso tempo. É o que eu estou tentando fazer aqui, dizendo que o Brasil é a maior potência energética do planeta, o que não precisa dizer mais nada. Energia que movimenta o mundo, energia é fonte de poder, de todo o processo civilizatório, energia é a fonte do trabalho. É quase que um ente divino. Até Aton IV que viveu quatorze séculos antes de cristo, foi quem criou a primeira religião monoteísta, e o Deus era o sol. Construiu a cidade do sol, tinha uma mulher belíssima que era Nefertiti, fez um poema de hino ao sol, que é um tratado de termodinâmica, escrito quatorze séculos antes de cristo. A termodinâmica é uma ciência que se desenvolveu no final do século XIV.
O que nós temos que fazer é deixar de ser mentes colonizadas, e a juventude, s crianças já nascem colonizadas, não é possível. Nosso destino está marcado pela indignidade, não é ne pela estupidez, é pela indignidade, que é uma coisa muito mais grave do que a estupidez.
A minha geração, estou me referindo a minha geração, não a de vocês, vocês tem que reverter essa situação, tem que reverter esse processo, através do conhecimento da realidade, assumir o processo de reversão, esse processo é indigno de qualquer ser humano que tenha alma e que tenha propósitos grandiosos. Então meus amigos, nós temos tudo para ser a nação mais rica, mais esplendorosa, mais solidária, mais humana, mais bela que o homem jamais construiu nesse nosso planeta.

Prof. José Walter Bautista Vidal (criador do pró-alcool)

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Homenagem ao brasileiro que descobriu o pré-sal
PRÉ-SAL - GUILHERME ESTRELLA - O HOMEM QUE INVENTOU

Oito anos depois de aposentado, Guilherme Estrella foi chamado de volta ao trabalho. Dois anos depois da posse do presidente Lula, levava ao presidente os mapas dos gigantescos reservatórios do pré-sal brasileiro, concentrado na bacia de Santos. Virou o "pai do pré-sal" para Lula. Cotado para presidir a PPSA, que vai administrar os contratos de partilha do pré-sal, ele diz não querer nem pensar na possibilidade.

Nasci durante a Segunda Guerra, justamente a responsável por fazer da geologia a ciência de maior crescimento na época. Os submarinos alemães se escondiam em formações geológicas em frente aos EUA, daí a necessidade de conhecer essa ciência.
Sou de uma família classe média da Ilha do Governador, zona norte do Rio. Vivia de frente para a baía de Guanabara, que não era o esgoto que é hoje. Morávamos na Lagoa, na zona sul, mas meu pai reclamava do barulho da obra do bonde e nos mudamos.
Fui o geólogo descobridor de um dos maiores poços da bacia do Recôncavo, Miranga, no interior da Bahia, que produz até hoje. A Petrobras produzia 100 mil barris por dia. Em 1966 fiz um levantamento de Alagoas até Vitória e encontrei formações favoráveis a muito petróleo.
Tinha uma frase famosa, do geólogo americano Walter Link, de que o petróleo no Brasil era no mar, e não em terra. Com os primeiros dados, foi dada a autorização para contratar sonda e perfurar no mar.
Eu vivia no interior da Bahia e nem via os movimentos políticos, não participava de nada, mas sabia que os governos militares sempre privilegiaram a Petrobras.
A empresa nunca foi uma empresa do governo, mas de governo, seja qual for.
Na época do Geisel [presidente Ernesto Geisel, 1974-1979] fizemos a primeira perfuração no mar do Espírito Santo, no campo de Guaricema. Os testes indicaram óleo, mas subcomercial. Conta-se que Geisel não aceitou e disse que ia produzir de qualquer maneira, e acabou sendo a primeira descoberta relevante do Brasil.
Descobrimos assim que as simulações que eram feitas antes estavam erradas.
No início dos anos 1970 eram produzidos entre 5.000 e 10 mil barris por dia no mar.
Nessa época fundaram a Braspetro [1972], durante a crise do petróleo, porque os países fornecedores exigiam que os compradores investissem onde compravam, para achar mais petróleo. Faziam isso países como Argélia, Egito, Iraque, Irã e Líbia, que vendiam para o Brasil.
Fui trabalhar no Iraque em 1976 e descobrimos um dos maiores campos do mundo, Majnoon, com 50 bilhões de barris de reservas.
O campo ficava perto do Irã e não podíamos queimar o óleo do teste de formação de poço. Tive que abrir uma bacia enorme no deserto para colocar o óleo.
Mas a Petrobras teve que devolver o campo. O governo nos chamou e disse que grandes campos não faziam parte da política de permitir a operação de estrangeiras no país, que deviam apenas complementar a produção.
A Petrobras foi indenizada direitinho e algumas empresas brasileiras também foram beneficiadas. A Mendes Júnior foi construir estrada de ferro, a Sadia entrou no mercado lá e passamos a exportar Passats para lá.
Voltei ao Brasil em 1978 e fui trabalhar na bacia do Espírito Santo. A bacia de Campos já produzia mais que as outras, mas é um estigma, eu nunca trabalhei na bacia de Campos. Vimos que o petróleo no Espírito Santo estava mais embaixo do que previra o Cenpes, centro de pesquisa da Petrobras.
Perfurar mais fundo foi uma dica que veio de um geólogo franco-americano que trabalhava na Chevron. Ninguém vende uma informação dessa, ele nunca ganhou um tostão por isso.

Fui para o Cenpes e, em 1982, assumi a superintendência. Nessa época já se falava sobre a teoria da separação das placas tectônicas dos continentes sul-americano e africano, que levaram à formação dos reservatórios similares em ambas as costas, mas não havia tecnologia para pesquisar isso.
No Cenpes elegemos um colega para uma vaga importante, mas a diretoria vetou porque ele era presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras. Eu pedi demissão, não aceitei. Isso era 1995, a ditadura já tinha acabado.
Minha esposa morrera um mês antes. Fui morar em Friburgo [região serrana do Rio], casei de novo, entrei para o PT. Fui eleito presidente porque era único com tempo e dinheiro. E também porque a outra chapa perdeu prazo para se habilitar.
Quando Lula ganhou em 2002 fizemos a maior festa. Recebi ligações dizendo que se falava em meu nome para voltar à Petrobras. Recebi um convite do José Eduardo Dutra [presidente da empresa] e voltei.
Quando cheguei lá, não encontrei uma empresa de petróleo, mas uma instituição financeira que investia no setor de petróleo. Tinham acabado com os cursos fora, com as viagens para seminários. Estavam concentrados apenas na bacia de Campos, fazendo caixa, sem investir.
Começamos a expansão. E no primeiro leilão de áreas de petróleo eu vi que a coisa era séria. Quando perdi o primeiro bloco para a Devon, que colocou 100% de conteúdo nacional, a então ministra Dilma Rousseff me ligou cinco minutos depois e disse: "Soube que você perdeu um bloco, isso não vai se repetir, está entendido?".
E claro que não perdi mais nenhum. Ali eu senti que a Petrobras ia reassumir a hegemonia do setor de petróleo no Brasil.
No final de 2005, o gerente-executivo Mario Carminatti me trouxe uns mapas da "picanha azul", como ficou conhecida a área do pré-sal da bacia de Santos. Fui ao Gabrielli [José Sergio Gabrielli, então presidente da Petrobras] e ele me levou para a Dilma, que me levou ao Lula.
Foi aí que começamos a fazer o marco regulatório, eu era o único geólogo naquelas reuniões do marco. O maior embate foi a Petrobras como operadora única, mas só inova quem faz, e decidimos manter assim.
O Lula me chamava toda hora lá em Brasília para mostrar a apresentação de como era o pré-sal, já andava com o pendrive no bolso.
Fiquei muito orgulhoso de participar do marco regulatório, mas vi que era a hora de parar. Estava com 70 anos. Trabalhava de 7h às 21h, morava em uma apart-hotel no Leblon, estava separado.
Ocorreu uma revolução tecnológica, a Petrobras estava completamente diferente de quando cheguei.
Ficou claro para mim que não dava mais, tinha que deixar a turma nova entrar.
Muita empresa me chamou para participar do conselho de administração, mas não acho certo, possuo informações confidenciais da companhia, é difícil trabalhar numa concorrente. Não me arrependo. Estou cuidando do meu acervo, das minhas coleções em Friburgo, das plantas.

leia sobre A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-SAL

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