Minha lista de blogs

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Trabalho e Oportunidades (vagas) no setor de petróleo e gás



Pré-sal vai gerar 46 mil vagas até 2015

 palestra do Prof Octavio Gouveia sobre Pré-sal em 2011 (IFRJ)


    Estudo do Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai) mostra que o pré-sal vai gerar 46 mil postos de trabalho até 2015. De acordo com o “Mapa do Trabalho Industrial”, o setor de petróleo e gás exigirá 33,6 mil trabalhadores de nível técnico ou médio e de 12,4 trabalhadores de nível superior nesse período. Segundo o estudo, 60% das novas vagas serão para funções industriais, pois a cadeia produtiva do petróleo e gás exige qualificações muito específicas. Estão nessa lista de trabalhadores especializados, por exemplo, os soldadores subaquáticos, que precisam mergulhar centenas de metros para fazer reparos nos equipamentos de extração. Outras funções citadas são as de técnico petroquímico, encanador industrial, desenhista técnico da mecânica e técnico em segurança do trabalho.

Conforme revela a pesquisa, o salário dos técnicos pode superar a marca de R$ 10 mil por mês. “Um técnico em mineração, responsável por supervisionar equipes durante o processo de extração, ganha, em média, R$ 11,1 mil ao mês em um mercado aquecido como o do Rio de Janeiro”, cita material divulgado pelo Senai.

Divulgação/PetrobrasSegundo o Senai, 60 por cento das vagas serão para funções industriaisSegundo o Senai, 60 por cento das vagas serão para funções industriais

O Senai argumenta que o número de trabalhadores em funções industriais é mais alto nessa área do em outros setores. “Uma única sonda de perfuração precisa de 150 a 200 profissionais industriais altamente capacitados para ser operada”, menciona o estudo. Só para operadores e técnicos de petróleo e gás, que podem trabalhar nessas sondas, em plataformas ou navios, deverão ser abertas 12,5 mil vagas até 2015.

“A demanda por profissionais qualificados já é alta neste período de aquecimento para a exploração dos campos do pré-sal. Mas deve se ampliar nos próximos cinco anos, quando as novas plantas entrarem em produção”, prevê o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi.
INTENSIVO PARA PROMINP (AULAS AOS DOMINGOS  MANHÃ)
http://cursoprominp.blogspot.com.br/

explicação do Prof. Octavio Gouveia (Coordenador do Curso CPOG)

O concurso para o Prominp conta com uma prova objetiva de Matemática, Raciocínio Lógico e Português. Geralmente, o processo seletivo é organizado pela Fundação Cesgranrio. Após a aprovação, o candidato passa por um treinamento, que dura de quatro a seis meses. Se estiver desempregado, ele recebe uma bolsa de R$ 300 (quem tem nível fundamental), R$ 600 (ensino médio) ou R$ 900 (formação superior). Após a capacitação, o profissional pode ser contratado por uma das empresas.
SELEÇÃO DEVERÁ SER ABERTA ATÉ MARÇO de 2014 ( CLIQUE AQUI )

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O LITORAL DO BRASIL é UM OCEANO DE PETRÓLEO SUBMERSO ! (O GIGANTE TEM QUE ACORDAR ! )

ANP confirma oito reservas de petróleo em Sergipe 


Objetivo é produzir petróleo leve em águas profundas de Sergipe Marcos de Paula/Estadão Conteúdo
Após o primeiro leilão do pré-sal no País, a diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis), Magda Chambriard, confirma a descoberta oito novas reservas de petróleo no mar de Sergipe. Dessas, quatro já foram aprovadas pela diretoria colegial do órgão, três passaram por área técnica e vão ser submetidas a diretoria do órgão e a outra está em análise pela área técnica do órgão.
Ela ainda informou que essa avaliação pode demorar e terá um prazo de conclusão entre 2016 e 2018. De acordo com Magda, o objetivo é produzir petróleo leve em águas profundas de Sergipe.
A diretora-geral da ANP participou nesta quarta-feira (23) do anuncio dos 30 blocos terrestres localizados em Sergipe que serão oferecidos na 12ª rodada de licitações prevista nos dias 28 e 29 de novembro. O governador em exercício de Sergipe, Jackson Barreto, também participou do evento e informou que o menor Estado da federação, com 21 mil km², está despertando a atenção do Brasil.
— Não tenho a menor dúvida que este Estado se transformará em uma província petrolífera.
No anúncio, a diretora-geral  afirmou que a região faz justiça a tudo que “Sergipe representa para o Brasil”.
— Não poderia deixar de mostrar o sucesso da política local de exploração de petróleo em Sergipe...O resultado do petróleo não contribui apenas com a educação e saúde, mas também com o desenvolvimento energético do país
Ainda de acordo com Magda, o setor de Petróleo vai investir seis vezes mais que o setor automotivo no Brasil na próxima década.

COMENTÁRIO DO PROF. OCTAVIO GOUVEIA

Qual a distância da Bacia de Campos (litoral do RJ) até Sergipe ?  Toda esta área incluindo a região Sul é cheia de petróleo. Muita riquesa em águas que interesses estrangeiros poderão um dia afirmar que estão em águas internacionais !  E aí Brasil ?  ?   ?
   Eis a importância do desenvolvimento e aparelhamento já da Marinha de Guerra Brasileira !

Marinha do Brasil 2013. Só isto será suficiente para proteger todo este mar de petróleo ? 

Equipamentos de defesa para as Forças Armadas do Brasil: submarino nuclear, satélite de comunicação e novos caças

Precária situação operacional das Forças Armadas do Brasil é o principal desafio para formulação e implementação da Estratégia Nacional de Defesa


Um dos cinco submarinos brasileiros em ação na costa: insuficientes para proteger um dos maiores litorais do mundo (Foto: Marinha do Brasil)

Em torno da situação operacional das Forças Armadas, gira toda a discussão sobre as estratégias, equipamentos e sistemas de defesa do Brasil. Falta tudo. A maioria dos equipamentos é obsoleta. Não há suficiência de insumos básicos, como balas de canhão para treinamento. No Exército, de acordo com o general Luiz Eduardo Rocha Paiva, “existem 27 brigadas blindadas, mecanizadas, motorizadas etc., todas inoperantes”.
A situação da Marinha e da Aeronáutica não é melhor. Embora o Ministério da Defesa não divulgue o número e a categoria dos equipamentos dessas Forças, sabe-se que há uma grande parte indisponível em razão de problemas de manutenção, como a falta de peças, ou simplesmente por estarem velhos demais para voar. Adquiridos na década de 1970, os caças franceses Mirage, por exemplo, já deveriam estar aposentados, mas ainda são um dos principais recursos para fazer valer a soberania do país em seu espaço aéreo, um dos maiores do mundo. Segundo o brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, um Mirage leva de dois a quatro mísseis, enquanto um americano F-18, que o Brasil cogita adquirir, leva de oito a dez mísseis. “O poder de alcance, o poder de fogo, a modernidade dos sistemas de arma dos aviões modernos, dessa quarta geração, é infinitamente superior”, lamentou o brigadeiro, em sua exposição aos senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
Na Marinha, o Brasil dispõe de cinco submarinos convencionais, nenhum nuclear, um porta-aviões, oito fragatas e cerca de meia centena de outras embarcações, quase todas já tecnologicamente superadas. Embora os números sejam considerados confidenciais, sabe-se também que muitas estão indisponíveis por impossibilidade de manutenção. E isso para patrulhar e defender uma das maiores costas marítimas do mundo, além da Amazônia, um imenso emaranhado de rios e selva por onde circulam guerrilheiros, traficantes de drogas e contrabandistas.
De acordo com o general Rocha Paiva, mesmo os equipamentos previstos nos planos de reaparelhamento das Forças Armadas até 2025 não serão suficientes para a Armada cumprir plenamente sua função. “A Marinha precisa de uma esquadra de superfície muito forte. Como não vai ter tão cedo, a Estratégia Nacional de Defesa definiu ‘a negação do uso do mar’ como sua tarefa principal, prioritária. Para isso, ela precisa de uma força de submarinos e não vai bastar um submarino nuclear”, disse.


Prioridade

A propósito dessa indigência de equipamentos nas Forças Armadas do Brasil, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) afirmou que, se a Argentina tivesse um submarino nuclear e seu próprio satélite de comunicação, a história da Guerra das Malvinas (1982) seria outra.
“O submarino nuclear, o satélite geoestacionário, os novos caças, tudo isso, em nossa opinião, deve ser encarado como absoluta prioridade para o futuro do nosso país”, disse.
Também falando dessa situação, o senador Blairo Maggi (PR-MT) defendeu a ideia de que, embora os gastos com equipamentos para a defesa do Brasil sejam altos, eles são necessários. “Sei do grau de dificuldade que as Forças Armadas têm para se modernizar e o alto valor que será empregado nisso, mas, se queremos a paz, temos de estar preparados para a guerra.” Também o presidente da CRE, senador Fernando Collor (PTB-AL), considera que “é necessário empenho ainda maior do Executivo, para que as Forças Armadas estejam prontas a atuar quando chamadas”.
Celso Amorim, ministro da Defesa, assegurou que todos os equipamentos a serem adquiridos pelas Forças Armadas servirão tão somente para que o Brasil tenha o poder dissuasório necessário. “Em outras palavras, é preciso dizer ‘não vem que não tem’. Nós não vamos nos meter em outras aventuras, não temos essas pretensões. Seguramente nunca praticaremos atos de agressão — aliás, a nossa Constituição nos proíbe —, mas temos de demonstrar a nossa capacidade defensiva”, garantiu.

Ameaças internacionais: as razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa

No mundo de hoje, as razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa são outras. As ameaças não são tão visíveis. É dever de cada país se prevenir contra eventuais riscos.


Pelotão americano em patrulha no Afeganistão: últimas décadas têm
registrado crescentes intervenções militares com respaldo da ONU
(Foto: Staff Sgt. Brian Ferguson/US Air Force)

Representantes do governo, analistas e acadêmicos com longa experiência no tema segurança nacional não têm dúvidas: o virtualmente imprevisível cenário internacional e a ascensão econômica do país configuram razões mais do que suficientes para que ocorra a implementação da Estratégia Nacional de Defesa (END). Das previsões sobre uma inevitável erosão do hoje quase absoluto poder militar dos Estados Unidos aos insistentes alertas sobre a cobiça internacional em relação aos recursos brasileiros na Amazônia e na plataforma continental, os debates promovidos pelo Senado no semestre passado são razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa e serviram para reforçar a convicção de que o Brasil não pode ficar inerte enquanto potenciais adversários na geopolítica do futuro se armam e fortalecem suas defesas.
“Em geral, nas últimas décadas, fomos poupados de grandes conflitos de escala global, mas nunca podemos ter certeza de que eles não voltarão a ocorrer. Mesmo que não sejam catastróficos, como se pensava na Guerra Fria, pode haver outro tipo de conflito. E temos que cuidar dos nossos recursos, dos nossos interesses”, resume, com absoluta propriedade, o ministro da Defesa, Celso Amorim sobre razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa.
Ele admite que, atualmente, as hipóteses de guerra e de conflito de que se falava durante quase todo o século 20 — e que eram a base da organização estratégica — já não são mais vigentes. As razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa hoje são outras. Ou seja, não é descartada a necessidade de termos o “cuidado natural” com as fronteiras, ainda que, como ressaltou, a América do Sul seja hoje uma “área de cooperação”.
“Pouco antes da Operação Ágata, tive oportunidade de visitar a Argentina, o Paraguai e o Uruguai para falar com os presidentes e com os ministros da Defesa locais, para dizer o que íamos fazer. Com isso, gerou-se um clima de total transparência. E, à exceção de uma notícia que se perdeu no tempo, não houve nenhuma reação. A visão foi totalmente positiva em relação à ação do Brasil. Isso também é novo na região”, exemplificou o ministro.

Operação Ágata

Operação conjunta das Forças Armadas, em coordenação com outros órgãos federais e estaduais, realizada no segundo semestre de 2011, nas faixas de fronteira. Foi dividida em três fases: Ágata 1 na fronteira com a Colômbia; Ágata 2 nos limites com Uruguai, Argentina e Paraguai; e Ágata 3 na fronteira com Peru, Bolívia e Paraguai. A primeira focou a destruição de pistas de pousos clandestinas e o combate a crimes ambientais As duas últimas foram voltadas para a repressão a crimes como contrabando de gado, tráfico de armas, de drogas e de pessoas (leia mais na pág. 68).

Cenário em transição

Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Fernando Collor (PTB-¿AL), hoje o mundo está “confuso e globalizado”, tornando difícil para o Brasil ou qualquer país vislumbrar com exatidão — “salvo exceções de praxe” — de onde podem vir os eventuais ataques aos seus interesses.


Senador Fernando Collor, presidente da CRE: Brasil vem
perseguindo uma mudança nos organismos de diplomacia
multilateral, como a Organização das Nações Unidas
(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Entre as razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa estão as situações potencialmente preocupantes ciatadas pela publicação The Military Balance 2011: redução dos investimentos em defesa no Ocidente (em oposição ao aumento de gastos com armas na Ásia e Oriente Médio), a instabilidade política no mundo islâmico, a crescente tensão na Península Coreana, os conflitos de fronteira entre Camboja e Tailândia (aliados à escalada armamentista em países como Indonésia, Malásia, Cingapura e Vietnã) e a tradicional desconfiança entre os poderosos vizinhos China e Índia.
“Este não é o mundo que nós vislumbrávamos há poucos anos. Não esperávamos que o século 21 fosse iniciado com tantas guerras. Imaginávamos que a guerra do século 21 fosse a guerra comercial, a busca por mercados; imaginávamos que as grandes contendas se dariam no âmbito da Organização Mundial do Comércio; que os grandes pontos objetos dessas contendas seriam para que os mercados de países economicamente mais fortes pudessem se abrir para os produtos de países emergentes e, daí, haver um clima para uma convivência pacífica. Infelizmente, isso não foi possível, isso não tem sido possível”, disse o senador apontando que a diferença de necessário está entre as razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa.
Por isso, disse ainda o senador, paralelamente ao fortalecimento dos mecanismos de defesa, o país deve seguir buscando um espaço diplomático internacional onde sua voz possa ser mais forte e respeitada.
“O que o Brasil vem perseguindo junto com países e economias emergentes é uma mudança nesses organismos multilaterais que nasceram lá atrás, em 1945, que estão inteiramente defasados, defendeu Collor.
Na visão do general Luiz Eduardo Rocha Paiva, que foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras (que forma o oficialato do Exército brasileiro), as maiores “áreas de fricção” atuais estão do outro lado do mundo: Oriente Médio, Europa Oriental e Cáucaso, Ásia Central, o Oceano Índico, rota vital para a importação, pela China, de petróleo e outras commodities essenciais à sua sobrevivência econômica. Países envolvidos nesse círculo geopolítico, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Filipinas e Indonésia, ou são rivais da China ou são temerosos com relação à China, acrescentou.
Collor também alertou para a crescente participação da China na economia mundial e como isso terá impacto na correlação de forças global.
“A China hoje está presente em 48 dos 54 países do continente africano. A China está investindo recursos, está cativando futuros mercados e está tendo uma atuação muito discreta neste cenário de agora, mas candente do ponto de vista econômico”, completou.
Segundo o almirante reformado Mario Cesar Flores, ex-ministro da Marinha e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, é inverossímil a hipótese, no curto prazo, de conflito entre grandes potências e seus blocos, como se pensava na segunda metade do século passado. Mas o recesso das grandes guerras mundiais não significa garantia de paz e tranquilidade. E essa “não garantia” está entre as razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa.
“Prossegue viva a possibilidade de conflitos locais, internacionais ou internos, decorrentes de litígios religiosos e étnicos, disputas territoriais e contenciosos por recursos naturais ou decorrentes do mau uso do meio ambiente”, estimou Flores, expondo mais uma das razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa.


Contendas regionais

Professor da Universidade de Campinas (Unicamp), João Quartim de Moraes enumera algumas outras razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa: maior concentração de água doce do planeta, biodiversidade, pré-sal...
“Seria ingenuidade imaginar que isso não suscite cobiças, sobretudo no desdobramento do curso da história universal no próximo quarto de século. O que há são as riquezas que temos e que eles cobiçam. Agora, entre constatar que estamos mal preparados para defender as imensas e algumas únicas riquezas no planeta e que eles estão se preparando para nos atacar, há uma diferença. E essa diferença não está visível, pelo menos para mim, no curto prazo”, avaliou o professor, lembrando a urgente necessidade de implementar o Plano Nacional de Defesa.


João Quartim: seria ingenuidade imaginar
que, no próximo quarto de século, as riquezas
do país não despertarão a cobiça internacional
(Foto: Moreira Mariz/Agência Senado)

“O acesso aos — e o controle ­sobre os — recursos naturais e o descaso pelo meio ambiente, indutor de efeitos transnacionais, podem produzir tensões de risco, como já produziram no passado. Essas razões para conflitos são, na verdade, uma crescente preocupação mundial: já existem contenciosos relacionados com os hidrocarbonetos e a água doce e começam a emergir sinais de contenciosos relacionados com a questão ambiental-climática, cuja real dimensão ainda depende de mais conhecimento científico. Não será surpreendente se alguns assumirem dimensões inquietantes”, previu o ex-ministro Mario Cesar Flores, expondo esse cenário como uma das razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa.
Ainda entre as razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa, o almirante não descarta contendas com os vizinhos, mesmo reconhecendo o ambiente tranquilo vivido na região nas décadas recentes.
“O gás boliviano e a energia de Itaipu são vulnerabilidades de interesse para a segurança nacional brasileira, sujeitas às nuanças da política na Bolívia e no Paraguai. O que dizer da posição da Bolívia sobre as usinas hidrelétricas no rio Madeira, alegando danos ambientais? O aquífero Guarani (subsolos do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai) já apareceu na mídia argentina em termos de segurança nacional”, enumerou o ex-ministro.


Adeus às ilusões

“O Brasil não se encontra idilicamente isolado do mundo e sua crescente importância no campo da energia, eixo tradicional dos conflitos interestatais, poderá expor o país a pressões externas de variados tipos. Essas pressões podem se dar, inclusive, no campo militar. Somente essa circunstância deveria ser o bastante para que os tomadores de decisão conferissem atenção especial à política de defesa”, concordou João Paulo Soares Alsina Junior, diplomata, conselheiro do ministro da ­Defesa, expondo mais razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa.
Claudio Moreira, que participou dos debates como consultor da Associação Brasileira das Indústrias de Material de Defesa e Segurança (Abimde), identifica uma “estabilidade regional” na América do Sul, com um crescente investimento na área de defesa, mas não descarta as possibilidades de ameaças à segurança, citando as mais prováveis razões.
“Há a Amazônia, o petróleo, alimentos, que englobam a água — o Brasil, com aquela quantidade de recursos hídricos, é realmente um país cobiçado —, aumentos populacionais desordenados e alianças estratégicas em termos do Mercosul e do Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]. E, agora, há a Unasul [União de Nações Sul-Americanas], na área de defesa especificamente. Se vamos crescer, se estamos nos ­colocando como um player mundial, temos de engrossar e dar mais consistência ao nosso sistema de pressões políticas, econômicas e militares”, alertou o especialista aumento o número de razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa.
Segundo ele, é fundamental o Brasil ter “mecanismos de dissuasão” contra tais ameaças.
“Essa compra de caças, de submarinos, de tanques ou de carros serve minimamente para o país ter uma capacidade de dissuasão. Esse é o primeiro ponto. Mas investir no ITA [Instituto Tecnológico Aeroespacial], na Embraer, é fundamental, é absolutamente mandatório”.