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sábado, 19 de março de 2016

Geopolítica do Petróleo

A arma geopolítico do petróleo

11.01.2015
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A ARMA GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO
A arte da guerra
Agora que o desmoronar do preço do petróleo está enforcando a Rússia, que já se encontrava em crise por causa das sanções USA/UE, tem-se ainda a limitação de suas exportações energéticas, assim como o fato dos Estados Unidos estarem a caminho de tranformar-se no maior produtor mundial do crú, tomando o lugar da Arábia Saudita, o que os fará não sómente autosuficientes, mas em condições de fornecer petróleo e gás em abundância, e com bom preço, para a União Europeia. Essa é a narrativa difundida pela mídia. Vamos tentar agora uma versão mais realista, partindo da pergunta : porque o preço do petróleo está a cair?
Por Manlio Dinucci
Tradução Anna Malm* - Correspondente de Pátria Latina na Europa
A caída de preço deve-se não sómente a fatores econômicos, como a diminuição da procura mundial, mas também a fatores geopolíticos. Em primeiro lugar a decisão da Arábia Saudita, que é o maior país exportador de petróleo antes da Rússia, de manter uma alta produção. Sabe-se que se a oferta aumenta, o preço do crú cai. Qual seria o interesse da Arábia Saudita em efetuar uma tal manobra arriscando os seus próprios dividendos petrolíferos? O seu interesse é o de chacoalhar os outros países exportadores do petróleo, principalmente então a Rússia, o Irã e a Venezuela.
Riad pode se permitir uma tal manobra porque os seus custos de extração do crú saudita estão entre os mais baixos do mundo, 5-6 dólares por barril, de quando o extrair de um barril de petróleo no Mar do Norte, por exemplo, custa mais do que 26 dólares. A ideia de que a manobra de Riad seja dirigida contra os Estados Unidos, onde se começou o boom do petróleo do xisto betuminoso, não tem fundamentos. De um lado porque os Estados Unidos continuam a importar o petróleo saudita, o qual tem suas qualidades adaptadas as rafinaderias dos Estados Unidos, e do outro porque o petróleo de xisto betuminoso irá substituir aquele que era importado da Nigéria, Angola e Algéria. Isso também é assim porque a manobra com o petróleo foi estabelecida num acordo entre Washington e Riad, baseando-se numa estratégia onde o principal objetivo era o de enfraquecer e isolar a Rússia.

É dentro desse contexto que se insere o boom do petróleo e gás extraido nos Estados Unidos dos xistos betuminosos através da técnica de fraturação hidráulica, quer dizer, da perfuração de rochas nos estratos profundos da terra, por água sobre pressão, água pressurizada essa que contém então substâncias químicas. Ess é um técnica muito cara : De acordo com a Agência Internacional de Energia, a extração do petróleo de xisto custa 50-100 dólares por barril, o que se pode pôr em relação aos 10 dólares por barril do petróleo do Oriente Médio. De acordo com os peritos a extração do gás de xisto seria interessante economicamente se o preço internacional do petróleo se mantivesse acima de 70 dólares por barril. Desde junho, ao contrário, o preço caiu de 40%, indo a cerca de 60 dólares e poderá cair ainda mais.
Como é então possível que esse boom prossiga? Isso se deve ao fato dos Estados Unidos consagrarem bilhões de dólares para incitar esse sector, no qual se empenham geralmente pequenas companhias petrolíferas. É importante notar que as maiores companhias se mantém por fora disso, o que pode ser explicado com o facto de que os depósitos explorados com a técnica da fraturação esgotam-se muito mais depressa do que os convencionais. Depois deve também ser considerado que essa técnica provoca um grande e muito grave desgaste ambiental, onde os custos recaem sobre as coletividades locais. Muitas dessas se opõem, mesmo que seja com magros resultados, ao uso de seus territórios para a extração do gás e petróleo de xisto.
O boom petroleiro dos Estados Unidos é portanto dirigido por objetivos geopolíticos de Washington : de um lado para chacoalhar a Rússia e outros países, e do outro para fazer com que os aliados europeus substituam o fornecimento energético russo pelo dos provenientes dos USA. Na verdade os Estados Unidos, o maior importador mundial do crú, não poderá fornecer a Europa o petróleo e o gás natural nas quantidades necessárias para ela, e nos preços russos. Tudo aqui é um veritável blefe de guerra do "pôquer americano".
Manlio Dinucci, "Geopolitica del petrolio". Edição de terça, 6 de janeiro de 2015 de il manifesto -http://ilmanifesto.info/larma-geopolitica-del-petrolio/
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SUCESSO DA PETROBRAS

Com o aprofundamento da industrialização de base no Governo Vargas e a mudança de olhar do Estado para a soberania, surgia há mais de seis décadas a Petrobras. Fruto do descobrimento dos primeiros poços de petróleo na Bahia, a campanha “O Petróleo é Nosso” já varria o país sob o coro de milhões de nacionalistas, como a saudosa Maria Augusta Tibiriçá Miranda.


A estatal brasileira se tornou pilar fundamental no desenvolvimento de nossa economia, nas tecnologias de exploração em camadas profundas, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e gás natural, petroquímica, distribuição de derivados, energia elétrica e outras fontes energéticas.
Sua produção é motivo de orgulho. Só no início deste ano, a Petrobras obteve lucro operacional de R$ 22,8 bilhões, 39% superior ao do 1º semestre do ano passado, tendo fechado o primeiro trimestre com R$ 68,2 bilhões em caixa. Também no 1º semestre, a produção total da Petrobras atingiu média diária de 2,784 milhões barris de óleo, representando um crescimento de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o Pré-Sal, o desempenho foi grandioso e refletiu, em junho, um recorde de produção mensal de petróleo: 747 mil barris por dia.
Ainda este ano, a estatal ganhou a mais importante premiação internacional destinada ao setor petroleiro, o OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations and Institutions.
Não é pouco, como se vê.
Nem de longe lembra o cenário de caos e catástrofe gerencial desenhado pelos partidos de oposição, resultado de um “terceiro turno eleitoral” postergado para aviltar a governabilidade da presidenta Dilma Rousseff. Como se sabe, o projeto ideológico da Direita é a venda do patrimônio brasileiro às empresas internacionais, dando de mãos beijadas a outros países da América do Norte e Europa esse “arsenal” estratégico para o desenvolvimento do país e a competição nos mercados internacionais.
O DNA privatista do PSDB e aliados já resulta na tramitação de projetos de lei no Congresso Nacional que visam a mudança do regime de partilha do Pré-Sal, retirando da Petrobras a posse de 30% das jazidas e, também, da posição privilegiada de operadora única dos campos de petróleo. Tanto na Câmara, quanto no Senado, esses parlamentares tentam afrontar todas as conquistas do povo brasileiro quanto à soberania nacional na questão energética e geração de tecnologias.
É por conta disso que, no próximo dia 03, aniversário da Petrobras, a Frente Brasil Popular ocupará corajosamente as ruas de diversas capitais brasileiras para defender o patrimônio brasileiro. Movimentos sociais, federações trabalhistas, sindicatos e partidos políticos erguerão bandeiras em defesa da estatal e contra a modificação do regime de participação da empresa nos campos de Pré-Sal.
Uma das maiores empresas do mundo em seu setor, um patrimônio do Brasil e dos brasileiros, não pode ser desmantelada a serviço dos interesses internacionais. Essa disputa requer atenção política e civil constante, dentro do Parlamento e fora dele. Os ataques à estatal devem ser barrados por todos que sabem de seu potencial produtivo e seu papel no desenvolvimento de nosso país. Vamos às ruas!