PARA ENTENDER A IMPORTÂNCIA DO BRASIL NO MUNDO ATUAL / SÉCULO XXI
(ENSINAMENTOS DO MEU EX-PROFESSOR DR. JOSÉ WALTER BAUTISTA VIDAL)
O BRASIL É O FUTURO DA HUMANIDADE
"PROF. BAUTISTA VIDAL"
O PETRÓLEO SERÁ SEMPRE NOSSO ?
Palavras do Prof. Octavio Gouveia
(Homenagem ao Mestre Bautista Vidal) FALECIDO NO ANO PASSADO.
O século XXI marcará na história mundial a queda das nações
hegemônicas (países ricos), como regra dependentes do petróleo e do
carvão nas suas matrizes energéticas. Novas nações tornar-se-ão
hegemônicas e ricas. O Brasil figura na dianteira deste quadro por ter
todas as possibilidades de diversificar sua matriz energética, além de
ter fartura na possibilidade da utilização de recursos energéticos
renonáveis. Com destaque para a BIOMASSA.
Para isto se concretizar será preciso que todos nós
aprendamos as aulas de grandes mestres. Grandes na sabedoria, no
conhecimento, na honestidade, na clareza e principalmente no compromisso
com o Brasil e sua gente. Sem ter o RABO PRESO e a ALMA VENDIDA a
interesses financeiros e apátridas.
Tive a felicidade e a honra te aprender um pouco disto, como aluno deste grande brasileiro
Prof. Dr. José Walter Bautista Vidal.
Encontrei este grande mestre uma primeira vez, quando
trabalhando como empregado da PETROBRAS (REDUC); ele me disponibilizou
seus ensinamentos e farto material de leitura para defender
em PALESTRAS pelo Brasil, as causas do Petróleo Brasileiro, contra
os interesses das multinacionais do petróleo e dos brasileiros que
queriam ver falida e/ou vendiada a PETROBRAS. (Presidente FHC e
sua quadrilha de ladrões/vendilhões).
Numa segunda vez, dez anos depois; como professor da Fundação
Osório, eu fui ser oficialmente seu aluno no Ministério da Defesa / ESG
(Escola Superior de Guerra) onde apresentamos um seminário denominado
"PETRÓLEO E ENERGIAS ALTERNATIVAS ".
Para ilustrar e resumir os ensinamentos do Prof. Bautista Vidal,
destaco abaixo na íntegra uma palestra realizada por ele em Curitiba.
Notável ! Excelente !
Aproveitem !
Entendam a importância do Brasil !
E de aprendermos os ensinamentos de grandes e queridos mestres !
Palestra realizada em curitiba
Outubro de 2005
Esta palestra integrou Ciclo Itinerante de
Palestras sobre Biocombustíveis, que abrigou 12 cidades do Paraná. A
proposta desse ciclo foi originar “Núcleos de Biocombustível”, que são
espaços de aglutinação dos segmentos da sociedade e têm como objetivos
gerar a reflexão sobre o Programa de Bioenergia do Estado, criar e
efetivar um plano local para a implementação do Biocombustível, além de
conscientizar a população sobre os meios e formas para o desenvolvimento
desta ação.
A seguir transcrição da palestra do físico e engenheiro Bautista Vidal:
Fim da Era do Petróleo
Vamos conversar hoje sobre umas questões
importantes e graves, na realidade o mundo está em guerra, porque acabou
uma era, a era do petróleo, a era dos combustíveis fósseis, essa
guerra, inicialmente concentrada na região do oriente médio, e essa
guerra já é muito longa e começou a quase 20 anos, começou quando o
primeiro ministro do Irã, foi demitido, porque ele nacionalizou o
petróleo, e não parou mais, agora essa guerra já está tomando conotações
forra da região do oriente médio, como as torres de Manhattan, a
tentativa de derrubada do Chávez da Venezuela, os atentados de Londres e
Madri, a invasão do Iraque, a invasão do Afeganistão e essa guerra é
muito diferente da guerra do Vietnã, a guerra do Vietnã é uma guerra
localizada e ideológica, a guerra no oriente médio é mundial onde
envolve as grandes potencias industriais, econômicas e energéticas e
todas as indicações mostram que isso vai levar a um terceiro conflito
mundial, um conflito apocalíptico, que envolve potencias nucleares, quer
dizer, são coisas extremamente graves. Na realidade essa era do
petróleo, tão cantada em verso é uma era fictícia, porque condicionou o
mundo ao uso de formas energéticas que acabam e como a energia é o fator
fundamental em qualquer transformação, em qualquer movimento, quer
dizer, faltou energia o mundo entra em colapso. E necessariamente ocorre
a guerra, e a guerra que estamos vivendo hoje, é fruto do petróleo
acabando, e aí não tem jeito, os conflitos se agigantam.
Nesse contexto, nosso papel é componente
crucial, porque a única maneira de evitar esse colapso é o continente
tropical brasileiro, então nosso papel no desenvolvimento do mundo é
absolutamente crucial e nós não temos consciência disso, não temos e nem
estamos preparados para isso.
Na reunião do segundo fórum de energia, em
julho do ano passado, foi decretado pelo mundo, que petróleo e energia
nuclear são coisas do passado, e o mundo não pode continuar de nenhuma
maneira dependente dessas formas energéticas.
Furacões
Não podemos ficar dependente dessas formas
energéticas por muitas razões, inclusive aquelas claramente expostas em
New Orleans, em função do furacão. São coisa que vem pela frente, muito
graves, países que vão desaparecer, massas humanas vão se deslocar, no
ano passado tivemos um deslocamento de 3 milhões de pessoas na região de
Miami, esse é o sétimo tufão, e depois veio o rita, foi um atrás do
outro, nunca houve um processo dessa natureza, inclusive anteriormente
em um desses poderosos tufões, o epicentro dele estava a 40 Quilômetros
de New Orleans, fez estrago em New Orleans, mas não tanto como esse
último, então é um tufão incompetente, errou por 40 Km.
No fundo, ali é a vingança da natureza contra
[George W.] Bush que se recusa a assinar o Protocolo de Kyoto. Uma coisa
que é fundamental para preservar o equilíbrio termodinâmico da
ecosfera, fundamental para preservar a vida, este bandido se recusa a
assinar. A natureza é implacável. Não adianta o exército para enfrentar o
furacão.
Colapso energético e colapso ambiental
É nesse contexto que nós vivemos, e somos a
solução para esses dois colapsos. Pois estamos vivendo dois colapsos: o
colapso energético, dos combustíveis fósseis, que é uma era suicida,
vamos dizer assim. E o colapso ambiental do efeito estufa, que eleva a
temperatura da terra, quer dizer provoca alterações. Para vocês terem
uma idéia o efeito El Niño, também é fruto, dessa questão do efeito estufa, o efeito el niño envolve
energia equivalente a produzida por 600 milhões de bombas nucleares,
para vocês terem uma idéia da ordem de grandeza dos fenômenos
envolvidos. Um tufão desse envolve energia de dezenas de bombas
nucleares. São energias fabulosas. O homem não tem como se defender, ele
não tem uma contra partida para esse tipo de coisa, quer dizer a única
contra-partida, é nós usarmos o potencial dos trópicos que é regulável e
aí também as coisas ocorrem em outras dimensões, a quantidade de
energia que incide do sol sobre a bacia amazônica por dia é equivalente a
energia de 6 milhões de bombas nucleares, todos os dias. Nós também
temos um potencial, só que esse potencial é para usar para o bem, para a
preservação da vida e manutenção do processo civilizatório. Aliás, o
que está em jogo agora é a manutenção do processo civilizatório, que
está sendo condenado pela própria natureza, a natureza não aceita, reage
e bate duro. É nisso que nós temos que nos preparar, para retirar o
mundo dessa enrascada brutal que o mundo hegemônico nos colocou.
Reator a fusão nuclear natural
A razão disso, é muito simples, a fonte
primária de energia é o sol. O sol é um reator a fusão nuclear. Eu
trabalhei em fusão nuclear, fiz minha pós graduação em energia nuclear,
eu acredito que nunca nenhum país vai conseguir dominar o reator a fusão
nuclear. O reator a fusão nuclear seria aquele que transforma a matéria
em energia, pela relação de Einstein, Energia é igual a massa vezes a
velocidade da luz ao quadrado, a luz numa velocidade de 300 mil
quilômetros por segundo ao quadrado, uma grama de matéria, por exemplo o
sol, uma grama de hidrogênio, produz energia equivalente de mil
toneladas de petróleo. Veja o que está em jogo. Então que dominasse a
fusão nuclear, domina o mundo, pois energia é poder, energia é
crescimento econômico é prosperidade é tudo, quer dizer, quem dominar a
fusão nuclear, domina o mundo, é forças armadas etc...
Acontece que nenhum país dominou a fusão
nuclear até hoje e nunca vai dominar na minha perspectiva, não estou
fazendo futurologia, mas realmente não acredito que isso vá acontecer,
porque a fusão nuclear ocorre a centenas de milhões de graus, e nessa
temperatura não existe substância líquida e sólida, existe gás
rarefeito, isto é, uma plasma, e é impossível trabalhar, porque você não
tem como materializar a coisa, como segurar a coisa, como amarrar, como
retirar energia. Como eu estava dizendo, trabalhei com isso e foi uma
experiência interessante, fiquei sabendo por dentro essas coisas. Então
quem dominar a fusão nuclear (nunca ninguém vai dominar), domina o
mundo.
Agora, existe um país que já tem um reator a
fusão nuclear, mas não é um reato feito pelo homem não, é um reator a
fusão nuclear natural, que é o sol. E este país chama-se o continente
tropical brasileiro e não tem outro continente tropical. E o Brasil que é
o dono do sol.
Aquilo que levou a atenção da petrobrás no
passado, aquela grande mobilização, “o petróleo é nosso”, agora temos
que lançar “O sol é nosso”. Pois temos um reator a fusão nuclear
gigantesco e eterno.
No núcleo do sol, ocorre a transformação de
hidrogênio em hélio, e uma pequena parte em energia, e essa energia se
espalha pelo espaço aberto, e ela sai do núcleo do sol num filete e a
150 milhões de quilômetros vai encontrar uma poeirinha insignificante,
que é a nossa terra. Essa energia que vem nesse filete, e alcança o
hemisfério da terra, por dia equivale a todas as reservas de petróleo
descobertas em todos os tempos, incluindo as ainda não descobertas.
Então essa civilização do petróleo é uma civilização de um dia. E nós
não temos consciência disso. Temos que ter consciência do papel que os
representamos no processo civilizatório da humanidade. Agora essa
quantidade de energia não incide sobre a terra de maneira democrática,
de maneira equânime, ela é concentrada nas regiões tropicais. Se você
chega em Viena as 3 horas da tarde, tem que se acender as luzes da rua
para você não colidir, porque falta luz, falta energia, e aqui temos
essa abundância de luz fantástica.
Agora começa o mundo a perceber que realmente o
processo civilizatório, depende de energia e só é possível nas regiões
tropicais. É claro que o processo de dominação que se estabelece, os
povos ricos em energia, dominando os pobres em energia, por falta de
organização, postura política, e uma série de fatos que nós conhecemos
muito bem e vamos superar todos eles.
Participação Brasileira
Eu vim aqui trazer esse desafio brutal, a
juventude tem uma responsabilidade enorme com o futuro da humanidade, e a
juventude brasileira, nenhuma outra tem essa responsabilidade, então
vamos discutir de que maneira podemos nos preparar para responder a
isso.
Esse colapso, se não houver a participação definitiva do continente brasileiro, vai levar a um processo muito danoso.
Há um relatório do pentágano, falando sobre os
efeitos do efeito estufa no planeta como um todo. E é uma coisa
absolutamente pavorosa, realmente pavorosa. O mínimo que pode acontecer é
a fusão da calota polar Antártida, que são montanhas gigantescas de
gelo, que uma vez fundidas, elevem em 120 metros os níveis dos mares. Ou
seja todos os países e cidades, Nova York, Londres, Paris, tudo isso
vai para o fundo do mar. Que perspectiva dramática. Países inteiros vão
ser inundados, como a Holanda, Paquistão, centenas de milhares de ilhas
vão desaparecer, é um panorama realmente assustador. Novamente a única
solução, para reduzir o efeito estufa, são as soluções energéticas
renováveis e limpas das regiões tropicais. Porque das regiões tropicais?
Porque só essas regiões tem o reator a fusão nuclear, que ninguém mais
tem. Essa é a razão.
Água
Agora não basta só ter o reator a fusão
nuclear. É necessário o segundo componente, que é a água, é preciso,
muita água. E novamente o Brasil tem 245 da água do planeta terra. O
segundo país é o Canadá com 14%. E lá no Canadá, maior parte não é água,
é pedra, é gelo. No final, quer dizer, Deus é brasileiro. Nos deu os
dois ingredientes básicos para o processo energético. O sol e a água. E a
grande dificuldade que levou décadas para a humanidade entender, é que
essa energia solar, ela é muito dispersa, é muito democrática, e a
captação dela e o armazenamento é tecnologicamente muito difícil, veja
essa bateriazinhas, quando você vê, já acabou a energia, é uma porcaria
de energia armazenada. As tecnologias não avançaram o suficiente para
armazenar grandes quantidades de energia e a natureza o faz. Imaginem a
quantidade de energia armazenada na floresta amazônica.
Eu quando vejo um arbusto, uma árvore, quando vejo uma jaqueira, que quantidade de energia fabulosa.
Hidrogênio
Não existe hidrogênio na terra como tal. O
hidrogênio na terra faz parte da água H2O, e é uma estrutura química
muito rígida, para retirar esse hidrogênio, tem que usar energia
elétrica, que é uma energia absolutamente nobre, muito superior do que o
hidrogênio depois produz. É um balanço negativo.
Vou contar uma piada que é muito inteligente: “
A solução do problema energético do mudo é o hidrogênio, ele não polui,
ele produz água”. Realmente, ele produz água. Então o sujeito diz, mas
como se não tem hidrogênio na terra, onde você vai buscar? O primeiro
responde, mas tem no sol. O segundo: Como você vai lá? E a resposta: Eu
vou de noite.
Então tem propagandas dizendo que o hidrogênio
é. Não é. A solução única, é natural, do reator a fusão nuclear, do
sol, naquelas regiões do planeta, que são as regiões tropicais, onde ele
é abundante. E nós somos o único continente do sol. Estamos condenados a ser a grande potência energética do planeta.
O grave disso é que nós não sabemos disso. Eu
por exemplo me formei em engenharia, eu saí da escola de engenharia, fui
aluno laureado, certo de que o Brasil não era viável porque não tinha
carvão mineral. Que estupidez. Como eu era burro. Mas graças a Deus não
temos carvão mineral e temos um reator a fusão nuclear, limpo, a 150
milhões de quilômetros de distância.
Então o que nós temos que fazer é nos prepara
para resolver o problema da humanidade. Porque sem energia nada é
possível. O primeiro princípio da termodinâmica é claro: nada se move ou
se transforma no universo, sem energia. Sem energia, não é possível
transformar uma semente em alimento, sem energia não é possível nada.
Sem energia não a vida. E se você não ingere energia diariamente através
do alimento, você morre.
Karl Marx seria reprovado em Física !
A síntese de tudo isso, é a definição de
energia: a capacidade de produzir trabalho. Até Marx derrapou nisso.
Marx dizia que a energia é decorrente do trabalho, MENTIRA! Ele não
sabia física.Se fosse fazer um vestibular ia tomar pau. Porque
é exatamente o inverso, o trabalho é fruto da energia. Inclusive a
energia humana, o trabalho humano, quer dizer, você ingere alimento,
essa energia vai para a célula, você gasta essa energia na célula,
produzindo trabalho muscular. E o cerebral também. E as energia das
máquinas e do trabalho das máquinas? É feito de energia. Então é o
inverso. Energia é a capacidade de produzir trabalho. Todos os tipos de
trabalhos, trabalho humano, trabalho das máquinas e trabalho da
natureza. Quem não entende de energia não pode ser nem varredor de rua.
Teria que voltar a estudar.
Então você vê senadores, deputados,
governadores, dizendo barbaridades atrás de barbaridades, que ninguém
precisa de energia, não é possível dizer algo assim. A sociedade precisa
se organizar e conhecer essas coisas porque nós somos a grande potência
energética do planeta terra. Não há a menor dúvida.
Um detalhe. Estive na reunião do fórum mundial
em Roma, e souberam que eu estava presente, então um professor falou
sobre energia na América Latina, resolveu fazer uma homenagem para mim,
ele projetou na parede uma frase de um dos meus livros: “O Brasil é a
Arábia Saudita do futuro da humanidade”. Foi uma ouvação e tal, levantei
agradeci, em seguida o professor parou e disse, forever. Para sempre.
Foi uma ouvação enlouquecedora, porque o mundo todo sabe que vai morrer e
que o Brasil é a única solução para que a humanidade sobreviva e
continue o processo civilizatório.
Enquanto o petróleo está acabando, o mundo
está em guerra porque o petróleo está acabando. O sol vai morrer um dia
também, o aumento de entropia natural do sol, levará o sol a morte, o
sol vai se acabar, como todos as estrelas. Só que isso vai acontecer
dentro de onze bilhões de anos. Temos um tempinho ainda... Veja que
diferença.
O petróleo leva quatrocentos milhões de anos
para se formar e a planta capta energia solar a partir do CO2 da água, é
uma reação química endotérmica, que forma os hidratos de carbono, daí
que vem a vida, é a biomassa. Aquela dificuldade enorme que o homem tem
de captar energia solar, com tecnologia, não se consegue captar direito,
não se armazena, aí a planta faz as duas coisas genialmente de grátis,
capta e armazena. E olha pra gente e deve pensar, não sabem das coisas
da natureza.
Nós estamos vivendo numa civilização, que
desconhece a natureza e nega a ciência. Assim não dá. Tanto no
capitalismo, como no marxismo. Tem que sair dessa. Marx confundiu as
coisas. Quando a gente discute com os marxistas... Com o Gilberto
Vasconcelos, estamos escrevendo um livro sobre isso, ajudando a rever os
erros de Marx. Como uma homenagem a Marx. Se Marx estivesse vivo ele já
teria mudado isso. Marx não era um profeta, não era um físico, ele se
louvava na época de uma termodinâmica que não existia ainda, então vamos
tolerar os erros de Marx. Ele era um gênio, mas não era um profeta. Os
marxistas hoje não permitem falar mal de Marx, como se fosse um dogma,
todas as bobagens que Marx disse, passam a ser verdades absolutas. Assim
não. Vamos homenagear Marx, corrigindo os erros que ele cometeu. Acho
que a postura correta é essa. Nessas circunstâncias, a responsabilidade
do Brasil por ser o único continente dos trópicos é muito grande, daí
surgiu essa idéia de levantar a opinião pública a partir da juventude do
Paraná. Porque já que o Brasil vai ter que desempenhar esse papel... o
mundo todo está louco para que o Brasil assuma a responsabilidade. Veja o
japão, os japoneses dependem do petróleo e os norte-americanos estão
tomando as reservas de petróleo que sobram do mundo. Tomara do Iraque e
vão tomar do Irã também. Vocês acham que o exército americano vai dar
colher de chá para o japonês? Claro que não vai dar. E o japonês sabe
disso. O Japão está louco para que o Brasil produza energia renovável e
limpa e grande quantidade e eles possam sobreviver. A mesma coisa a
China, Índia. Veja que papel fundamental que bloco de poder pode se
formar com o Brasil como país central do sobrevivência desses países
todos. Depende dessa política brasileira se unir a essas nações que
dependem crucialmente em sua sobrevivência, e nós virarmos o bloco do
poder, aí nós botamos para correr esses banqueiros safados, ladrões, que
estão levando o mundo.
Mente Colonial
A idéia de conversar com vocês aqui é que se
introduza na cultura brasileira, um conhecimento da nossa realidade, o
que nós somos, qual é o nosso papel no mundo. Acho que todo mundo tem
que se perguntar isso, qual é o meu papel no mundo? E as nações muito
mais, e nós não estamos fazendo essa pergunta, temos que fazer essa
pergunta. Aliás, [José] Ortega y Gasset, filósofo espanhol, definiu
magistralmente o que é mente colonizada, que é aquela gente que ignora o
espaço do país a que pertence e ignora os problemas do seu tempo.
Nós ignoramos o espaço, nós não sabemos que
somos a grande potência energética do planeta, e os comportamos como se
fossemos um país dependente, servil, assim não dá. Isso é uma questão
cultural. Porque as universidades não estão jogando isso na cabeça dos
jovens, para pelo menos debaterem, porque são um bando de covardes. E o
pior, que eu por exemplo, digo isso por que sou professor, eu não me
excluo não, também sou culpado, devia ter feito muito mais do que fiz.
A minha geração se entregou, e vocês vão pagar
um preço descomunal. Quais são as alternativas que vocês têm no futuro
de um Brasil dependente, servil, ignorando a sua verdadeira realidade? O
de ser escravos ou canalhas. E os postos para o trabalho são poucos,
veja que perspectiva terrível. Tem que sair dessa. Desativar esse
processo. A juventude precisa se levantar, raciocinar, exigir de seus
pais, de seus parentes. Esse acovardamento geral é um negócio doente,
porque as pessoas não pensam, as pessoas não discutem, porque elas não
assumem a realidade. Porque as universidades não fazem isso? É claro que
grande partes dos professores das universidades, como eu, fomos fazer
doutorado lá fora, e tivemos nossas cabeças feitas pelo processo
colonial. A minha não.
A coisa mais terrível é a mente colonial, a
mente colonial não assume a sua personalidade, não assume o que nós
somos, nem identifica os problemas do nosso tempo. É o que eu estou
tentando fazer aqui, dizendo que o Brasil é a maior potência energética
do planeta, o que não precisa dizer mais nada. Energia que movimenta o
mundo, energia é fonte de poder, de todo o processo civilizatório,
energia é a fonte do trabalho. É quase que um ente divino. Até Aton IV
que viveu quatorze séculos antes de cristo, foi quem criou a primeira
religião monoteísta, e o Deus era o sol. Construiu a cidade do sol,
tinha uma mulher belíssima que era Nefertiti, fez um poema de hino ao
sol, que é um tratado de termodinâmica, escrito quatorze séculos antes
de cristo. A termodinâmica é uma ciência que se desenvolveu no final do
século XIV.
O que nós temos que fazer é deixar de ser
mentes colonizadas, e a juventude, s crianças já nascem colonizadas, não
é possível. Nosso destino está marcado pela indignidade, não é ne pela
estupidez, é pela indignidade, que é uma coisa muito mais grave do que a
estupidez.
A minha geração, estou me referindo a minha
geração, não a de vocês, vocês tem que reverter essa situação, tem que
reverter esse processo, através do conhecimento da realidade, assumir o
processo de reversão, esse processo é indigno de qualquer ser humano que
tenha alma e que tenha propósitos grandiosos. Então meus amigos, nós
temos tudo para ser a nação mais rica, mais esplendorosa, mais
solidária, mais humana, mais bela que o homem jamais construiu nesse
nosso planeta.
BiodieselBR
José Walter Bautista Vidal