Nomes de peso assinam o documento como Konder Comparato e Marilena Chauí
Confira o manifesto, na íntegra:
O QUE ESTÁ EM JOGO AGORA
Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.
Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados.
Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.
O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.
20 de fevereiro de 2015
Alberto Passos Guimarães Filho
Aldo Arantes
Ana Maria Costa
Ana Tereza Pereira
Cândido Mendes
Carlos Medeiros
Carlos Moura
Claudius Ceccon
Celso Amorim
Celso Pinto de Melo
D. Demetrio Valentini
Emir Sader
Ennio Candotti
Fabio Konder Comparato
Franklin Martins
Jether Ramalho
José Noronha
Ivone Gebara
João Pedro Stédile
José Jofilly
José Luiz Fiori
José Paulo Sepúlveda Pertence
Ladislau Dowbor
Leonardo Boff
Ligia Bahia
Lucia Ribeiro
Luiz Alberto Gomez de Souza
Luiz Pinguelli Rosa
Magali do Nascimento Cunha
Marcelo Timotheo da Costa
Marco Antonio Raupp
Maria Clara Bingemer
Maria da Conceição Tavares
Maria Helena Arrochelas
Maria José Sousa dos Santos
Marilena Chauí
Marilene Correa
Otavio Alves Velho
Paulo José
Reinaldo Guimarães
Ricardo Bielschowsky
Roberto Amaral
Samuel Pinheiro Guimarães
Sergio Mascarenhas
Sergio Rezende
Silvio Tendler
Sonia Fleury
Waldir Pires
COMENTÁRIO DO PROF. OCTAVIO GOUVEIA:
Caso voce se inclua no perfil acima, acrescente seu nome nesta lista, ou simplesmente divulgue verdades sobre a PETROBRAS e ajude a denunciar mentiras mal intencionadas sobre a empresa.
Identificar e prender os corruptos da empresa sim !
Difamar a empresa para privatizá-la não !
Coppe alerta para consequências de uso político do caso da Petrobras
É preciso julgar e punir, mas também proteger interesses do país, dizem especialistas
Pinguelli acredita que uma mudança de diretoria da estatal, por exemplo, não é um grande problema, apesar de ser uma questão que o mercado financeiro parece exigir. "O mercado tem suas idiossincrasias, mas eu não vejo que isso é um grande problema, do ponto de vista interno, da operação da empresa. Eu acho que alguns diretores podem mudar, outros podem ficar, como os que têm posição chave", destaca o diretor, que também não vê nenhuma culpa do que acontece na presidente Graça Foster. "É uma exploração política, como todos estão dizendo, um terceiro turno, uma tentativa de mobilizar o governo da Dilma nesse início, há outras intenções, internas, que não são puramente apuração e punição, mais que isso, é tentativa de manietar a empresa
Ele lembra a questão dos preços baixos do petróleo, que têm prejudicado fortemente países exportadores como Venezuela e Rússia, mas que também afetam a Petrobras e empresas de menor porte do país. A questão que tem se propagado internacionalmente é que a culpa é da Arábia Saudita, que se recusa a subir seus preços, para prejudicar outros países. "Como foi dito aqui, não é só a Arábia Saudita que está nesse jogo. Em princípio, são os americanos, eles são muito estrategistas. Eles têm como alvo, além da Rússia, hoje acusada por uma questão de briga em sua fronteira, também a Venezuela, que é uma adversária preferencial dos Estados Unidos. Então eu acho que há uma estratégia. Não é apenas um fator econômico de 'caiu o preço do petróleo por questões de mercado'. Não."
Para Pingelli, a questão do preço do petróleo, inclusive pode ter como objetivo também afundar a Petrobras, e transferir a propriedade do pré-sal para outras empresas. "Já se fala em mudar o regime de partilha (estipulado para a exploração do pré-sal), e acabar com os 30% de participação obrigatória da Petrobras. Enfim, o perigo é a Petrobras sofrer mudanças que o próprio governo pode fazer, pressionado. O debate aqui é nessa direção, não deixar o governo ceder nesses pontos."
Sobre os processos contra a estatal nos Estados Unidos, ele reforça: "É uma bola de neve infindável. Acho que era preciso uma estrutura de defesa da Petrobras. Além de punição dos culpados, estancar o processo, chegar a um acordo e punir."
Segen Estefen, professor de Engenharia Oceânica da Coppe, destaca que o patrimônio construído por décadas corre agora o risco de ser perdido, devido ao direcionamento que está sendo dado ao caso, e também às possíveis tentativas de interferência, que talvez tenham outros interesses que não o do país. "O Brasil perder isso é algo muito grave, é gravíssimo. Está muito além da corrupção, que tem ser extirpada. Mas nós não podemos deixar que a Petrobras caia no descrédito popular. Isso é muito grave. Se o Brasil perder a Petrobras, o Brasil vai perder muita coisa."
O debate então, resume Estefen, tinha justamente o objetivo de deixar claro a necessidade de uma posição de defesa da Petrobras, e desta posição chegar à sociedade. "Nós estamos descontentes com a corrupção, queremos que tudo isso acabe, e haja punições. Mas está havendo, eu diria da mídia preponderante, pelo menos, um ataque que deixa a sociedade confusa. Nós não estamos confusos, mas a sociedade está confusa."
Desestabilizar a Petrobras em um momento em que ela constrói uma grande rede de investimentos, que deve trazer retornos para o país, "seria algo desastroso", alerta o professor. "A gente tem que tomar cuidado para não passar para a sociedade que há uma desarticulação total na empresa. A empresa continua trabalhando, continua produzindo, continua avaliando as obras em construção."
"Uma coisa que eu vejo fora do Brasil é uma preocupação dos países desenvolvidos protegerem as suas empresas. E aqui no Brasil, eu não sei se isso também casou com a eleição, mas o que aparenta é o contrário. É um movimento nosso de denegrir a nossa maior empresa, quando nós deveríamos separar o que é a empresa e o que é a corrupção na empresa", completa Estefen.
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